Os alunos reprovados nos exames para tirar Carteira Nacional de Habilitação (CNH) no Departamento Estadual de Trânsito do Amazonas (Detran-AM) ,que se sentirem prejudicados pelo esquema de propina e fraudes montado por funcionários do órgão, poderão requerer uma análise do seu caso para refazer os testes, gratuitamente, a partir desta quarta-feira (23).
A medida foi anunciada pelo diretor-presidente do Detran-AM, Leonel Feitoza, em coletiva realizada na tarde desta terça-feira (22), e se deve ao fato de 12 funcionários do Departamento terem sido presos, em cumprimento a mandados de prisão temporária, no dia anterior, por suspeita de participarem no referido esquema.
Por conta disso, em torno de 1.845 carteiras de alunos submetidos à análise dos funcionários implicados na investigação já foram canceladas pelo Detran-AM. Os nomes foram encaminhados para a Secretaria de Segurança Pública e para a Polícia Civil, para realizar a investigação criminal.
Os alunos que se sentirem prejudicados pela quadrilha e quiserem fazer um novo teste terão que se dirigir a partir das 8h, no auditório da sede do Detran-AM, localizado na avenida Mário Ypiranga, Zona Centro-Sul. Para isso, deverão apresentar os processos de habilitação, quantas vezes foram reprovados e se fizeram o reteste, para a comissão do órgão. O prazo é de até 30 dias, a partir desta quarta-feira (23).
Dois procuradores e dois funcionários do órgão irão analisar todos os processos e verificar quais foram os erros. Caso a comissão entenda que o aluno foi prejudicado pela quadrilha, a pessoa irá fazer a sua prova de direção sem ter que pagar nada para remarcar e realizar o teste.
“Número absurdo”
Conforme Feitoza, desde abril de 2013, quando começaram as investigações, o Detran-AM realizava 14 mil exames por mês. Sob ação da quadrilha, de 60% a 70% das pessoas que faziam as provas eram reprovadas, o equivalente a 8.000 ou 9.000 alunos.
“Esse número era considerado um absurdo, pois o número de reprovações aproximado era de 20% a 25%”, afirmou o diretor.
Leonel ressalta que muitas das denúncias contra a quadrilha foram feitas pelos próprios funcionários do órgão, que procuraram os investigadores, garantindo que não compactuavam com a ação e se sentiam incomodados com a ação.
Até o momento, 12 funcionários foram afastados do órgão até o final do processo. Os instrutores estão impedidos de exercer a função e de frequentar a área de exame ou treinamento do Detran. Três permanecem foragidos. As investigações continuam.
Fonte:Por Kamyla Gomes (EM TEMPO Online).